Estudos Geofísicos Aplicados à Barragem de Terra

As atividades minerárias geram uma grande quantidade de resíduos sólidos, dos quais os mais importantes em termos de volume são os gerados pela atividade de extração do minério (estéreis) e pelas usinas de beneficiamento (rejeitos).

Os rejeitos são partículas sólidas resultantes da britagem, da moagem, e eventualmente do tratamento químico do minério, sem nenhum valor econômico. A granulometria dos rejeitos varia em função do tipo do minério. Os rejeitos são transportados para os locais de disposição em tubulações, por gravidade ou por bombeamento, com grande quantidade de água.

Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um processo mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em concentrado e rejeito.

A estrutura de contenção é construída levantando-se, inicialmente, um dique de partida com solo de empréstimo. Muitas vezes, em uma mineração, é necessário aumentar a capacidade de armazenamento de uma barragem de rejeito existente, através da construção de alteamentos de acordo com os seguintes métodos construtivos: a) método à montante; b) método à jusante; c) método da linha de centro.

A inspeção e monitoramento de barragens é feito por medições diretas e/ou indiretas, através de equipamentos instalados (auscultação) e por inspeção visual. Os instrumentos de auscultação mais usados são os medidores de deslocamentos, subpressão e vazões de percolação além do nível de carga hidráulica através dos piezômetros. Devido à natureza pontual das medidas, esses equipamentos podem facilmente falhar em amostrar uma região de fraqueza e regiões de saturação não esperada.

É nesse ponto que os métodos geofísicos têm muito a contribuir para a geotecnia. A geofísica gera imagens contínuas do interior da barragem e, portanto, apresenta uma maior capacidade de identificar problemas de erosões ou dissoluções localizadas. Essa ampla amostragem espacial é feita de forma não invasiva e reduz significativamente a quantidade de instrumentos tradicionais necessários para atingir um limite de segurança ou focaliza nos locais de maior interesse e/ou zonas de fraqueza fornecidos pela geofísica. Trata-se, portanto, de um método economicamente interessante. É importante ressaltar que os métodos geofísicos não substituem as medidas diretas, mas fornecem indicadores indiretos contínuos em 2D ou 3D que, uma vez calibrados com dados oriundos de investigações diretas, permitem uma avaliação espacial completa e de baixo custo.

Para maiores informações: geofísica@ngg.com.br

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