O método geofísico do Potencial Espontâneo, mais comumente tratado como “SP” no meio técnico, trata-se de um método elétrico que apresenta ampla aplicação em empreendimentos das áreas de mineração, geologia de engenharia e ambiental.
Associado a outros métodos geofísicos, tais como Caminhamento Elétrico (Eletrorresistividade), GPR, Magnetometria e etc, o mesmo pode fornecer informações bastante eficazes na solução de problemas tais como a localização de um depósito mineral, delimitação de fluxos geotermais, identificação de processos de carstificação e mapeamento de fluxos subterrâneos, entre outros.
Nesse texto, abordaremos a sua aplicação no mapeamento de fluxos subsuperficiais e veremos a importância deste tipo de estudo para, por exemplo, a estabilidade de barragens.
Esse método baseia-se na medição do campo elétrico natural existente na Terra utilizando-se de um par de eletrodos não polarizáveis, geralmente contendo uma solução de sulfato de cobre, uma lâmina de cobre metálico localizado em um recipiente com a base porosa e um milivoltímetro com alta impedância.
A origem do campo elétrico natural tem várias fontes, cada uma delas depende do objeto de estudo. Resumidamente, o Potencial Espontâneo pode estar relacionado a processos eletroquímicos e eletrônicos associadas a corpos minerais condutores; a processos de difusão de íons devido a diferentes concentrações iônicas; assim como fluxos por meio de vazios existentes nas rochas ou solos.
Essencialmente, a existência de um fluxo subsuperficial caracteriza-se pelo acúmulo de íons negativos na entrada e de positivos na saída. A partir desse princípio, já é possível fazer uma série de interpretações em locais onde foram realizadas medições de SP. Em geral, os dados são apresentados na forma de mapas de superfícies equipotenciais, o que por si só já permite a realização de interpretações qualitativas.
Após a interpolação dos dados em softwares especializados, obtém-se um mapa com as isolinhas representando valores de potencial elétrico, que podem ser positivos ou negativos.
Figura A: As setas em branco indicam possíveis fluxos inferidos a partir das anomalias SP. Figura B: A área destacada por pontos indica uma região de alagamento. Fonte: Neogeo Geotecnologia LTDA.
Como dito anteriormente, o início do fluxo é marcado por uma negativa e o fim, por uma positiva. Assim sendo, a presença de um dipolo elétrico em um mapa indica um fluxo facilmente visualizável. Nesse sentido, o método do SP pode ser utilizado para a avaliação de riscos geotécnicos, principalmente quando superfícies freáticas se elevam de forma a atingir a face de um talude de terra.
Utiliza-se também o Potencial Espontâneo aplicado à delimitação de fluxos subterrâneos no caso em que se pretende visualizar a propagação de contaminantes em subsuperfície. Dessa forma, torna-se possível pensar em alternativas para o gerenciamento e controle ambiental.
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Fonte:
GALLAS, José Domingos Faraco. O método do potencial espontâneo (SP): uma revisão sobre suas causas, seu uso histórico e suas aplicações atuais. Revista Brasileira de Geofísica, v. 23, n. 2, p. 133-144, 2005.